sábado, 11 de novembro de 2023

Solenidade Magna Comemorativa 70 Anos do ICC - Sede do ICC - 20/10/2023


 No dia 20 de Outubro ( sexta) de  2023 realizou-se a cerimônia magna de comemoração dos 70 Anos do ICC, acontecida na sua sede, às 19:30 h. Mais de 150 pessoas estiveram presentes, entre tantas muitas autoridades como: o prefeito municipal José Ailton Brasil, o presidente do Insttuto Mirante Tiago Santana, o ex-prefeito de Crato Samuel de Alencar Araripe , com vários familiares da família Araripe, familiares de ex-presidentes do ICC e de membros em comemoração do centenário ( Edmea Arraes, Edilson Rocha, D. Newton Holanda,  Ossian Araripe, Dr. Eldon G. Cariri). A solenidade começou com o hasteamento das bandeiras no adro de entrada do ICC com a execução dos hinos do Crato, do Brasil e do Ceará pela Banda Municipal. A seguir foi procedido o descerramento da placa comemorativa aos 70 anos, na entrada do ICC, precedida de fala do memorialista Huberto Cabral. Adentrando, então, o auditório do ICC, o cerimonialista Huberto Cabral formou a mesa dos trabalhos composta pelo prefeito municipal, o presidente do ICC, Samuel Araripe, Dr. José Flávio Morais, juiz de direito, Jales Veloso, vereador, e, o Secretário de Cultura de Crato Amadeu de Freitas, Pe Rocildo Alves, Dra. Maria do Socorro ( vice-reitora da URCA) e Anilda Figueiredo , Secretária do ICC. Abriu-se , então, a solenidade com a fala do presidente do ICC J. Flávio Vieira que teceu considerações sobre a luminosa  estrada percorrida pelo ICC, nestes 70 Anos ( vide texto no final deste comunicado). A seguir foram procedidas homenagens aos centenários, sendo entregues a seus familiares Diplomas de Honra ao Mérito. Samuel agradeceu em nome de todos os agraciados. A seguir procedeu-se à entrega de Comendas dos 70 Anos aos ex-presidentes da instituição ( 15 ao todo), alguns presentes muitos outros representados por seus familiares. Agraciados ainda junto: Vicente Carvalho Madeira ( um dos únicos presentes à posse da primeira diretoria), Ossian Araripe ( Sócio fundador) e Huberto Cabral. O ex-presidente  José Huberto de Oliveira agradeceu no nome de todos, junto com Olival Honor de Brito. Em seguida o Rotary Centro entregou ao presidente do ICC um Diploma de Honra ao Mérito pelas 7 décadas de atuação. Por fim, o presidente do ICC entregou ao prefeito José Ailton Brasil  a Medalha Irineu Pinheiro do ICC, pelos relevantes serviços prestados à nossa instituição. A reunião finalizou com a fala do prefeito José Ailton, agradecendo a Medalha. Após a solenidade aconteceu um lauto coquetel nas dependências do ICC. 













 












































































Discurso pronunciado por J. Flávio Vieira na solenidade:


Caros Amigos, Confrades , Confreiras, familiares de sócios centenários e de ex-diretores do ICC

 

“Quem contempla de longe a soberba Chapada,

Um mirante de luz  desnudando a amplidão,

Nem percebe que Deus montou grão sobre grão,

Foi partindo do chão   que encetou a escalada.

Para os homens também nada surge do nada,

Esse  fruto que como,  semearam bem antes,

Essa fonte que bebo vem doutras vazantes,

 E uma  casa se erige é de velhos escombros.

 Gerações elevaram  uma torre de  ombros

Pra eu puder  ver do cimo mais claro e distante.”

 

                                               Num dezoito de outubro, há exatos  setenta anos ,  a cidade do Crato colocara vestido de domingo para celebrar seu centenário a elevação de cidade. Louvava-se   a Lei redentora 628, sancionada pelo então Presidente da Província Joaquim Vilela de Castro Neves. O Crato fervilhava em festividades , como o  Festival de Bandas de Música, celebrações religiosas e a visita de ilustres personalidades como a escritora Rachel de Queiroz, uma comitiva dos Diários Associados encabeçada por  Assis Chateaubriand e o grande repentista brasileiro, Cego Aderaldo, um cratense, nascido na Rua da Pedra Lavrada,  depois radicado em Quixadá.  A efeméride marcaria, logo depois,  o lançamento do livro Cidade do Crato , pela Imprensa Nacional, escrita por dois luminares da historiografia regional: Irineu Pinheiro e J. de Figueiredo Filho. O Crato, à época, era uma cidadezinha provinciana com 46.000 viventes, 5000 casas, 76 engenhos de açúcar, 150 Casas de Farinha, um oásis no Sul cearense com 27 fontes perenes de água. E foi uma das maiores escritoras brasileiras, que visitou o Crato naquele momento e que, vinte anos depois, recebendo o título de cidadania cratense, em artigo publicado em “O Povo” melhor definiu, com sua sensibilidade, a vila de Frei Carlos:

 “ Eu já sentira um pouco aquele ambiente em algumas das antigas cidades de Minas – o mesmo que venho redescobrir na cidade do Crato, da qual sou uma das mais recentes cidadãs, bem me haja. Um profundo sentimento de tradição. Aquela segurança de se saber bem nascido, não importa o grau de modéstia e até mesmo de pobreza desse sentimento. Pois não é o dinheiro mas o sangue, que dá fidalguia, e todo o filho do Crato, pela simples condição de cratense, já se sente fidalgo. Aliás, eu falo cratense, porque o Crato é indiscutivelmente, a Capital Cultural do Cariri. Os filhos da região caririense, de modo  geral, partilham todos desse sentimento de “pertencer”, de amor, de se orgulhar daquela tradição social, política, cultural. Cultural – foi dita a palavra mágica. A paixão pela cultura é ali uma constante, um elemento infalível no espírito local. O povo ama suas tradições culturais com uma fidelidade comovente por onde se anda encontram-se os marcos – os colégios, os clubes, as sociedades, os Institutos. Cidade pequena em termos de população, é incrível o que de instituições culturais  funcionam no Crato. “

Rachel de Queiroz

( “Nobre Cidade do Crato” – Jornal “O Povo” – 11/06/1978)

 

                   Certamente este clima de festa e exaltação , uma tradição cultural de seguidos pioneirismos: o primeiro jornal do interior, o primeiro cinema, o primeiro curso secundário, um teatro erguido ainda em meados do Século XIX, uma cultura de tradição rica e fervilhante, tudo aquilo que tocou nossa Rachel naquele instante, terá sido o mesmo sentimento  que despertou nos mais importantes intelectuais caririenses  a inspiração para criarem, naquele mesmo ano,  o Instituto Cultural do Cariri. Entre eles o advogado e historiador Raimundo Girão que veio para festa e inebriou-se.  No dia 4 de Outubro daquele memorável 1953, na biblioteca municipal de Crato, à Rua Senador Pompeu, 108 ,  reuniu-se um significativo número de pessoas para a fundação de uma Sociedade Civil cuja finalidade era o estudo das Letras, das Ciências e Artes em Geral, especialmente da  História, Geografia e Política do Cariri”. Visionariamente, desde seu nascedouro, o ICC fugiu da tentação de ser apenas uma Academia Literária, abrindo-se para as mais diversas linguagens do pensamento. Quarenta e oito personalidades subscreveriam a Ata de Fundação, entre eles intelectuais do mais fino jaez como o prefeito Décio Cartaxo, F.S. Nascimento, Pedro Norões, Pedro Felício Cavalcante, Raimundo Teles Pinheiro, Mons. Pedro Rocha, Bruno Menezes, João Ranulfo Pequeno, Raimundo de Oliveira,  Borges, Álvaro Madeira, José Nilo Alves, José do Vale Arraes Feitosa, Celso Gomes de Matos. Entre eles seis mulheres: A profa. Maria Eldenora Arraes ( irmã de Edméa), a profa. Maria Carmélia Simões, Maria de Loudes Esmeraldo,  Noêmia Novais de Alencar e duas religiosas: Madre Teresa Machado e Madre Maria Palmeira. Naquele dia seria eleita a primeira Diretoria do ICC tendo a nata da intelectualidade caririense na sua formação:  o Dr. Irineu Pinheiro com  presidente ; Padre Antonio Gomes como vice; J Alves de Figueiredo Filho como Secretário ; Antonio Levi Epitácio como segundo secretário e Amaro José de Castro como Tesoureiro. Compunham ainda comissões: João Ranulpho Pequeno, Décio Cartaxo, Aluísio Cavalcanti, F. S Nascimento, Pedro Norões, Joaquim Pinheiro Teles. Marcou-se a posse da primeira Diretoria para o significativo dia do Centenário da Cidade do Crato: 18 de Outubro,  há exatos 70 anos. A solenidade de posse aconteceria no Ginásio Diocesano com a presença de várias personalidades do mundo intelectual brasileiro, aqui aportados para as comemorações do Centenário: Renato Alencar, Soriano Aderaldo, José Denizard Macedo, Waldery Uchoa, o juiz Hélio Hindenburgo Leal. Duas conferências abrilhantariam o conclave: uma do Pe Antonio Feitosa sobre  o papel da Igreja na formação do Cariri e outra do jornalista Renato Alencar, radicado no Rio de Janeiro,  voltada à Reeducação do Nordestino no enfrentamento ao Flagelo das Secas. A partir daquele dia começaria a dura travessia do ICC: Aos Astros por Ásperos Caminhos !

                   A Primeira Fase do ICC, a infância e adolescência do Instituto,  englobaria um período de vinte anos. Sete meses depois da posse, perderíamos , prematuramente o nosso primeiro presidente, aos 73 anos. Padre Gomes assumiu , interinamente, a presidência até novembro de 1954, quando tomou posse a segunda diretoria e assumiu a presidência J. de Figueiredo Filho, permanecendo o Pe Antonio Gomes na Vice-presidência. Otacílio Anselmo assumiu a primeira secretaria e J. Lindemberg de Aquino como segundo secretário. Este período voltou-se à consolidação do ICC, com a publicação do seu órgão oficial , a Revista Itaytera, a partir de 1955, hoje na sua 52ª Edição regular e mais de oito outras especiais. Temos o orgulho de publicar uma das mais completas e longevas publicações do Ceará.  Vários sócios correspondentes foram incorporados ao sodalício, no sentido de torná-lo visível Brasil afora: Martins Filho, João Suassuna, Dr. José Newton Alves, Vingt-Un Rosado, Tomé Cabral, Jaime Araripe, Violeta Arraes, José Arrais de Alencar, para citar apenas alguns.

                   Desde sua tenra infância, o ICC esteve à frente dos mais importantes movimentos reivindicatórios em prol da melhoria e progresso da região: A Comemoração do Bicentenário da cidade do Crato ( 1964); a luta pela criação de um monumento à Confederação do Equador, até hoje um sonho a ser realizado; O Museu Histórico do Crato nasceu do acervo particular de J. de Figueiredo Filho ( inaugurado em sua casa em 1956) e necessita ser revitalizado com urgência; o ICC esteve também à frente pela vinda da Energia de Paulo Afonso e, recentemente, pela Faculdade de Medicina da URCA e pela reabertura do Museu Vicente Leite.

                   Sem sede própria, as primeiras reuniões do ICC aconteceriam em locais alternativos como o Ginásio Diocesano e a Biblioteca Municipal. Depois aconteceriam as seções na casa de J. de Figueiredo Filho, na Rua Miguel Limaverde, nº 2 , próximo à praça Siqueira Campos.  A partir de 1956,  as reuniões passariam a acontecer na Praça da Sé, no Edifício São Luiz, antiga sede do Cinema Paraíso. Em 1974, na presidência de Jósio Araripe, a sede seria transferida para Praça Juarez Távora , vizinho à Igreja de São Vicente, onde funcionou a Escola Doméstica 19 de Maio. Em 2006, num inverno rigoroso, a sede foi inundada perdendo-se um valioso acervo fotográfico, bibliográfico e documental. O presidente Olival Honor, à época, pagou com recursos próprios o aluguel de um prédio na Rua 21 de Junho e transferiu para lá a nova sede do ICC. A luta pela sede própria continuaria, com a doação do terreno onde aqui estamos, pelo prefeito Ariovaldo Carvalho em 1979. Na gestão de Antonio Primo de Brito (1993-1996) , Dr. Borges, então presidente do ICC,  conseguiu verba para construção dos alicerces, com fito de não perder a doação que tinha prazo determinado  para edificação. Teve ajuda de Nilton Almeida, então Secretário de Cultura do Ceará. Em 19/09/2006, por fim, na gestão estadual do Dr. Lúcio Alcântara e de Cláudia Leitão na SECULT, e tendo como prefeito municipal Samuel Araripe,  o sonho, por fim criou ares de realidade, o ICC passou a ter sua sede própria e o grande general desta batalha final foi um dos maiores benfeitores desta instituição: Manoel Patrício de Aquino.

                   A segunda fase da nossa instituição vai de 1973 a 2000 e enceta com um outro encantamento desapontador, a partida de J. de Figueiredo Filho aos 69 anos. Esta é a mais longa fase do ICC e durou vinte e sete anos. Apenas sete presidentes alternaram-se neste período: Jósio Alencar Araripe, J. Lindenberg de Aquino, Jéfferson Albuquerque, Plácido Cidade Nuvens ( interinamente) , Raimundo de Oliveira Borges, Nirson Monteiro ( na renúncia de Jósio) e Pe Antonio Gomes ( na morte de J. de Figueiredo). Esta fase foi onde mais se estabeleceu a queda de braço para construção da sede definitiva. Percebe-se , ainda, uma luta desigual no sentido de manter a regularidade da Revista Itaytera. A Biblioteca Antonio de Alencar Araripe chegou a ter mais de 10.000 livros e abriu-se o acesso à população. Sistematizou-se a Hemeroteca do ICC e criou-se uma Cordeloteca. Neste período criaram-se os Festivais de Folclore do Cariri, os Festivais Folclóricos da Exposição de Crato e o Clube dos Amigos do Folclore , todos com o empenho do grande  Elói Teles.  Nesta fase o ICC recebeu o reconhecimento de Utilidade Pública Estadual. Sai do ICC a ideia da criação de um primeiro Museu de Fósseis e um Museu da Imagem e do Som. O ICC neste período, mantendo sua histórica combatividade,  desencadeou movimentos em prol da criação da Faculdade de Direito ( 1976) e URCA ( 1986).

                   A Terceira Fase do ICC cobre um período de quinze anos, estende-se de 2001 a 2015 . Quatro presidentes dirigiram a entidade: Manoel Patrício de Aquino ( quatro gestões e meia), Olival Honor de Brito ( duas gestões), José Huberto Oliveira e Émerson Monteiro. Neste período houve um incremento substancial no número de sócios. Foram criados os símbolos oficiais do ICC: a Bandeira, a Logomarca, o Hino, o Lema ( Ad Astra Per Aspera). O hino tem letra de Manoel Patrício e música do maestro Bonifácio Salvador. O lema em latim foi proposto pelo Prof Hermínio Rebouças.  Nesta terceira fase foi inaugurada a sede definitiva do ICC em 2006.

                   A Quarta Fase do ICC alarga-se de 2016 a 2023 ( 07 anos) . Três presidentes assumiram neste período : José Huberto Tavares, Heitor Feitosa Macedo e José Flávio Vieira.  Este período, mais recente e ainda em pleno transcurso , carecerá de uma visão mais distanciada para um balanço mais definitivo e imparcial. As diretorias cuidaram em regularizar legalmente a instituição. A Revista Itaytera foi digitalizada e posta acessível a todos para pesquisa e download. Iniciou-se uma digitalização dos documentos do ICC que serão disponibilizados também no nosso site. A Revista Itaytera teve sua regularidade mantida e três edições extras da Revista foram publicadas. Uma outra com a biografia dos nossos 151 patronos será lançada em novembro próximo. O ICC aumenta sua interface com a sociedade através de participação no Conselho de Política Cultural de Crato e Conferência de Cultura e ganha o Selo de Ponto de Cultura Municipal. Desenvolve um blog que apresenta o diário de bordo de sua trajetória. Retorna a realização de festas típicas como o São João e Natal do ICC e desenvolve desde 2019 o Projeto de Incentivo à Leitura  Livro de Graça na Praça com a distribuição gratuita, numa grande festa literária,  de mais de 10.000 livros e mais de 3000 cordéis até aqui.  Nesta quarte fase do ICC intensificou-se o trabalho em equipe, com divisão de tarefas e decisões e a participação em Editais que proporcionaram manutenção e reformas importantes na estrutura da sede. A participação feminina foi , certamente, uma pedra de toque. O ICC, não diferente de muitas outras instituições congêneres, sempre fez-se preponderantemente masculina. Na ata de posse da primeira diretoria, dos quarenta e oito signatários, apenas 6 eram mulheres Na primeira fase da instituição apenas três mulheres estiveram presentes: Edméa Arraes, hoje centenária e Maria de Lurdes  Esmeraldo ambas em 1967. D. Zuleica Pequeno, esposa de J. Alves de Figueiredo, foi grande colaboradora da Revista Itaytera, mas aparentemente nunca admitida como Sócia. Zuleica e Edméa foram as duas primeiras a ocupar cargo de diretores do ICC. Atualmente o ICC tem vinte e nove mulheres entre  sócios e patronos, com a previsão breve de posse de mais sete.  Sonho que na minha sucessão , por fim, uma mulher ,  ocupe o cargo maior dessa instituição. Seria uma reverência à memória da grande heroína Bárbara Pereira de Alencar e ao pioneirismo da primeira médica nordestina a se formar, a cratense Amélia Benébien Pérouse.

                   Gostaria de agradecer aos queridos sócios e amigos do nosso ICC que não mediram esforços para que a grandeza dessa efeméride tivesse o brilho a que faz jus. As Comissões organizadoras trabalharam incessantemente e a presença de tantos , presencial e virtualmente, nos imanta com sua força e sua energia. Agradeço ainda , em nome do ICC, à Família de Dr. Ossian Araripe, um dos sócios fundadores do ICC,  que comemora conosco seu centenário, pela presença e apoio e ao prefeito José Ailton Brasil sempre cordato e sensível a todos os pleitos do nosso sodalício.    

                   Aos setenta anos, olhando pelo retrovisor, entendemos os esforços de gerações de caririenses em manter a chama acesa em meio ao vendaval. Cada um colocou seu pequeno ladrilho para formar o imenso painel que hoje admiramos. Alguns, certamente, ajustaram peças maiores ou um número maior de ladrilhos, mas sem as pecinhas menores, aparentemente mais ínfimas, o painel não teria a mesma qualidade e a mesma beleza. Talvez uma das personagens mais emblemáticas do nosso ICC seja o memorialista Francisco Huberto E. Cabral que acompanhou a vida da Instituição e, desde os anos 60, alternou-se nas mais diversas funções de diretoria, com um desvelo, um trabalho voluntário e persistente, convivendo com os ásperos tempos, sem nunca deixar de divisar o firmamento em busca das estrelas.  O mais bonito desta história de sete décadas é a força e determinação que levaram tantos, por tanto tempo, a carregarem o bastão numa verdadeira prova de revezamento e  obstáculos, com o objetivo único de manter viva a história e memória dos antepassados. Entendiam no íntimo que a pretensa imortalidade que dá aura e embeleza as nossas posses não se refere a uma infinitude física, basta olhar a nossa galeria, no nosso auditório para untar-nos, imediatamente,  da dureza da impermanência. A Imortalidade propalada está na possibilidade de legar um pouco da memória, da história e do conhecimento das gerações anteriores  aos que virão. Como na exuberante Serra do Araripe é desse acúmulo de conhecimentos, como se fossem placas sedimentares que se superpõem, que conseguimos nosso alpinismo humano, a imortalidade dos que partiram e a clarividência dos que virão.   No fundo, o Instituto Cultural do Cariri vem ensinando há sete décadas  que é essa Memória que perfaz a seiva de uma vila e que nutre as flores e os frutos opimos que lhes pendem dos galhos.

Viva o ICC !

Por mais ásperos que sejam os caminhos: aos Astros !

Obrigado !

 

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